“Vou te colocar no cantinho da disciplina porque não gostei da sua atitude.” Essa frase era bastante comum antigamente.
Atualmente, o cantinho da disciplina não é mais considerado a melhor opção para lidar com conflitos. Muitas vezes, não produz o efeito desejado e não é tão educativo quanto se espera. Por que isso acontece? Será que há alternativas mais eficazes para educar?
Continue lendo para entender. 😉
Qual é a polêmica por trás do cantinho da disciplina?
Todos passam por momentos de estresse, inclusive as crianças. Assim como os adultos lidam com o estresse da vida cotidiana, seja no trabalho ou em casa, as crianças também enfrentam suas próprias fontes de estresse.
Elas estão em processo de aprendizado para lidar com suas emoções e, durante esse processo, é natural que apresentem comportamentos inadequados ocasionalmente.
O método do “cantinho da disciplina” pode não ser eficaz nessas situações, podendo até mesmo resultar em efeitos contrários. A criança pode tentar evitar o cantinho ou se retrair, pedindo desculpas apenas para escapar dessa punição.
Portanto, é importante considerar novas alternativas para lidar com essas situações.
Por que o cantinho da disciplina não funciona?
Apesar de não ser intencionado como uma punição, o cantinho da disciplina muitas vezes acaba tendo esse efeito. A abordagem da disciplina positiva, por outro lado, enfatiza a empatia e o diálogo ao impor limites, buscando maneiras mais educativas e didáticas de lidar com os conflitos. Incentivar a compreensão e participação da própria criança nesse processo pode ser muito mais educativo e construtivo.
Cantinho da disciplina ou cantinho da calma, qual o melhor?
O conceito do “cantinho da calma” está se tornando cada vez mais popular, apresentando uma abordagem diferente e mais eficaz. Mas como funciona?
O “cantinho da calma” envolve escolher um espaço junto com a criança e incentivá-la a recorrer a ele quando estiver se sentindo nervosa ou quando preferir ficar sozinha por um tempo. No entanto, é importante que a criança vá para esse espaço por vontade própria.
Essa prática pode ser educativa, ajudando na mudança de hábitos e no desenvolvimento do autoconhecimento. Dessa forma, a criança aprenderá a reconhecer melhor suas variações de humor e compreenderá quando precisa se acalmar e organizar seus pensamentos.
O “cantinho da calma” deve ser introduzido gradualmente, para que a criança desenvolva a vontade de recorrer a esse espaço por iniciativa própria.
4 dicas para aplicar em momentos de conflitos
Ninguém aprecia conflitos. Em momentos de tensão, é crucial manter a calma. É possível resolver a situação de modo que a criança se sinta ouvida, ao mesmo tempo em que compreende que sua atitude foi inadequada. Aprenda como fazer isso seguindo estas dicas. Anote aí:
- Evite humilhar a criança – Este é o primeiro passo. Brigas e palavras rudes não educam; no máximo, farão com que seu filho se desculpe por medo.
- Converse e explique por que a atitude não foi correta – Ajude-a a compreender os motivos de maneira clara, para que ela entenda onde errou.
- Seja paciente – O processo pode ser difícil e conflituoso no início, pois a criança está aprendendo, e isso demanda tempo. Respire fundo e mantenha um tom calmo.
- Ouça o que a criança tem a dizer – Às vezes, o choro, a agressividade ou a birra podem ser formas reativas de a criança expressar que algo a incomodou. Entenda o que aconteceu e ensine-a a lidar com a situação de maneira mais adequada.
Cantinho da calma: a partir de quantos anos aplicar esse método?
É vantajoso introduzir esses métodos com crianças mais velhas, a partir dos 6 anos de idade. Nessa fase, elas têm uma compreensão mais desenvolvida dos objetivos das ações, tornando a aprendizagem mais eficaz.
Embora possa ser mais desafiador com crianças mais novas, não é impossível!
Veja como fazer o cantinho da calma na sua casa
Chegou o momento de encontrar o lugar perfeito para o cantinho da calma. Essa escolha pode ser feita em conjunto com a criança, em um local que ela aprecie e se sinta confortável.
Opte por um espaço que possa ser supervisionado, providenciando cadeiras ou almofadas para torná-lo mais acolhedor para a criança. Agora é só colocar o plano em prática!
Lembre-se: a mudança de hábitos não ocorre da noite para o dia, mas sim através da construção gradual de práticas saudáveis junto com a criança. Para aprofundar ainda mais seu entendimento sobre a disciplina positiva na educação infantil, recomendamos a leitura de mais dois artigos.
