Ensinar as crianças a compartilhar brinquedos é um desafio importante durante a primeira infância, que compreende o período do nascimento até os três anos de idade. Esse processo é desafiador tanto para os pais quanto para os pequenos.
É através da brincadeira que as crianças desenvolvem habilidades essenciais que as ajudarão a aprender a compartilhar brinquedos.
Do ponto de vista da neurobiologia, durante os primeiros três anos de vida, as crianças estão ainda em processo de desenvolvimento de muitos conhecimentos novos, e seu foco principal está em si mesmas. Elas estão mais interessadas no que está acontecendo ao seu redor, no que elas podem controlar e no desenvolvimento de sua própria autoestima e autoconfiança.
Portanto, pensar nos outros, considerar os sentimentos e desejos das outras crianças, ter empatia e ser generoso são processos que ainda estão em desenvolvimento nessa fase. É natural que seu filho encontre dificuldades nesse aspecto.
Apoio no dividir os brinquedos
Não é necessário esperar que essa fase passe para começar a ensinar a nossos filhos sobre empatia, confiança (na outra criança, que não irá, por exemplo, estragar ou quebrar o brinquedo) e generosidade.
No entanto, é importante ter paciência. Quando entendemos que compartilhar brinquedos não é algo natural nessa idade, podemos ser mais gentis e menos impositivos com nossos filhos, não é mesmo?
Além disso, se aplicarmos esse mesmo princípio à vida adulta – onde já desenvolvemos maturidade para compreender a importância da generosidade, empatia e confiança – perceberemos que emprestar algo nosso pode ser difícil. Por exemplo, quem emprestaria um carro para alguém que acabou de conhecer numa festa?
Então, por que esperamos que nossos filhos emprestem seus brinquedos para uma criança que acabaram de conhecer no parquinho?
A descoberta de si
Durante os primeiros três anos de vida, as crianças estão em um processo de descoberta. Inicialmente, elas percebem a si mesmas e à mãe como uma entidade única, mas por volta dos dois anos começam a entender que são indivíduos separados de suas mães.
Durante essa fase inicial, as crianças têm uma capacidade limitada de memória de longo prazo, o que as leva a gostar de repetir atividades, como assistir ao mesmo desenho várias vezes, realizar a mesma ação repetidamente ou ouvir a mesma música diversas vezes. Essa repetição é fundamental para o processo de aprendizagem delas.
Dividir para a criança pequena não é importante
Ela não sente a necessidade de compartilhar não por ser egoísta, mas sim porque aprende sobre o mundo através da experimentação e repetição.
Quando ela vê algo que chama sua atenção, naturalmente quer explorar, tocar e até mesmo colocar na boca. Se outras crianças estiverem presentes, é esperado que também queiram interagir com o mesmo objeto. Isso muitas vezes resulta em um desejo compartilhado pelo mesmo brinquedo, por exemplo.
Uma vez que a curiosidade pela novidade é saciada, o interesse diminui. Nessa fase inicial, as crianças ainda não estão prontas para compartilhar e brincar juntas da maneira que esperamos. Portanto, não devemos insistir para que a criança compartilhe um brinquedo se ela não quiser. Com o tempo, ela aprenderá a importância disso.
E como fica a criança que está chorando porque quer o brinquedo?
Pergunte à criança que tem o brinquedo se ela gostaria de compartilhar. Se a resposta for negativa, oriente a outra criança para outro brinquedo ou atividade. Muitas vezes, ficamos preocupados com o fato de nosso filho não demonstrar habilidades de compartilhamento, receando criar um pequeno egoísta. No entanto, é essencial direcionar nossa atenção para o que realmente importa: a criança!
Quanto à empatia na infância: Estamos nós criando crianças que se preocupam com os outros? Se o aprendizado ocorre por repetição e exemplo, qual é a melhor maneira de ensinar a criança a compartilhar? É praticando a arte de compartilhar entre nós, adultos, na presença dela. Divida uma parte da sua comida quando ela estiver observando, compartilhe objetos e ofereça, de forma repetida, à criança a oportunidade de compartilhar suas próprias coisas. Durante uma refeição, pergunte se ela gostaria de compartilhar um pedaço com você. Durante uma brincadeira, pergunte se ela aceita que você participe. Gradualmente, ela perceberá que o ato de compartilhar é um padrão comportamental em sua família.
À medida que as crianças atingem os cinco anos de idade, começam a brincar em grupo, desenvolvendo uma compreensão estruturada de brincadeiras coletivas. Elas se divertem compartilhando atividades com outras crianças. Nesse estágio, o compartilhamento se torna uma prática natural para elas.
Brincando a gente aprende a dividir
Aqui estão as 5 dicas para ensinar seu filho a compartilhar os brinquedos:
- Reconheça que dividir é um desafio para crianças pequenas, pois seus cérebros ainda estão em desenvolvimento para lidar com essas situações. Portanto, é necessário treinar essas habilidades.
- Escolha com seu filho quais brinquedos ele está disposto a compartilhar. Isso permite que ele se sinta mais preparado e seguro ao lidar com a situação, em vez de ser pego de surpresa. Antes de sair para um local com outras crianças, avise-o sobre a possibilidade de compartilhar brinquedos e escolha juntos quais serão levados.
- Dê o exemplo sendo o primeiro a compartilhar. Brinque junto com seu filho e convide outras crianças para participarem da brincadeira. Ao ver você compartilhando de forma natural, seu filho se sentirá mais confortável em fazer o mesmo. As crianças aprendem muito imitando o comportamento dos adultos.
- Permita que seu filho lide com a situação enquanto brinca com outras crianças. A interação social durante a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento. Deixe seu filho negociar, conversar, resolver disputas e aprender a se entender com os outros. Intervenha apenas em casos de brigas físicas.
- Ensine seu filho a dizer “não” de maneira gentil. Se ele não quiser compartilhar um brinquedo naquele momento, é importante que saiba expressar sua vontade sem magoar o amigo. Mostre a ele formas gentis de negar, como através de brincadeiras, desenhos ou histórias, ensinando a importância do respeito mútuo.
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